Ato de amor

Um rapaz pobre chamado David vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos. Num desses dias em que a fome o maltratava, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos. Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, quando uma jovem senhora, com um belo sorriso, lhe abriu a porta, seus nervos o traíram.
Muito envergonhado, em vez de comida, ele só teve coragem para pedir um copo de água.

A jovem percebeu que aquele rapaz estava dom fome e, em vez de água, lhe ofereceu um grande copo de leite, que ele aceitou de bom grado!

Ele bebeu devagar. Depois, receoso, perguntou:

- Quanto lhe devo?
 - Não me deve nada, respondeu. Minha mãe sempre me dizia: - Sara nunca aceite pagamento por um ato de amor, Deus lhe dará a recompensa que merecer.

Ele disse: - Eu te agradeço de todo coração!

Anos depois, essa mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais a enviaram para a cidade grande, onde chamaram um especialista para analisar sua rara enfermidade. O especialista não era outro senão o Dr. David.

Quando lhe apresentaram a ficha da paciente, ele viu o nome, e soube do nome da cidade de onde ela viera, uma estranha luz encheu os seus olhos. Reconheceu imediatamente aquela mulher e passou a dedicar especial atenção àquela paciente.

Depois de uma demorada luta pela vida, ele ganhou a batalha. Quando ela se preparava para ter alta, o Dr. David pediu para a administração do hospital que lhe deixasse ver a fatura total dos gastos.

Ele a conferiu, e depois escreveu alguma coisa e mandou entregá-la no quarto da paciente.

Ao recebê-la, ela estava com medo de abrir, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. No entanto, quando abriu o envelope, algo lhe chamou a atenção. Em letras caprichadas, mas firmes, havia uma anotação:

- QUITADO. Pago totalmente, com um copo de leite a anos atrás.

Assinado: Dr. David.


"Um ato de amor espanca a miséria, transformando patrimônio em lares, pedras em pães, horas preciosas em atenção; e a esperança prossegue firme em nossas almas, nos conduzindo a um mundo de paz."  ( Chico Xavier )